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08/07/2023

Um amor divino que toca a realidade humana!

O grande desafio que temos na atualidade não é só ajudar aqueles que participam das nossas comunidades a cultivarem a vida de fé, mas, numa Igreja em saída, a irmos ao encontro das ovelhas feridas e dispersas

Foto de capa
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Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! A fé não pode ser separada do amor. Cremos em Deus porque o amamos. E o amamos porque descobrimos seu amor por nós. Não se pode crer em Deus e confiar nele, a não ser pelo amor. O Deus Mistério, que se manifestou na história através da sua palavra, ninguém jamais viu, porém, Jesus Cristo, o Filho de Deus, a palavra encarnada, foi quem revelou o Pai. Um Pai que por amor vai ao encontro dos seus filhos, vê a dor e o sofrimento provocado pela falta de amor, que gera a injustiça e desfigura o rosto de Deus nos irmãos.

Na realidade em que vivemos, é fundamental ajudarmos e incentivarmos as pessoas a fazerem uma experiência de Deus. Mas de qual Deus? Eu diria do Deus de Jesus Cristo. Um Deus próximo e humilde, que é capaz de compreender o homem em sua humanidade, marcada pelo amor, pela alegria e sofrimento, que revelam a sua fragilidade, assim como o Deus da sarça ardente que disse a Moisés: “Eu vi a aflição de meu povo, que está no Egito, e ouvi os seus clamores por causa de seus opressores. Sim, eu conheço os seus sofrimentos” (Ex 3,7).

Partindo do princípio de que a fé cristã não é somente uma doutrina, uma sabedoria, um conjunto de regras morais ou uma tradição, mas que a vida de fé tem o poder de nos proporcionar um encontro real com a pessoa de Jesus Cristo, transmitir a fé significa criar, em cada lugar e em cada tempo, as condições para que este encontro entre os homens e Jesus aconteça. O objetivo de toda evangelização é ajudar as pessoas a fazerem este encontro, que é ao mesmo tempo íntimo e pessoal, público e comunitário.

O grande desafio que temos na atualidade não é só ajudar aqueles que participam das nossas comunidades a cultivarem a vida de fé, o que sem dúvida é uma grande missão, mas somos desafiados, numa Igreja em saída, a irmos ao encontro das ovelhas feridas e dispersas, isto é, daquelas que foram batizadas e fazem parte das estatísticas de nossas comunidades, mas se afastaram e já não celebram mais a vida de fé em comunidade. Devemos trabalhar para ajudar essas pessoas a fazerem um novo encontro com o Senhor Jesus, o único que dá um profundo significado à nossa vida, e dá paz à nossa existência. Devemos ajudar e favorecer as pessoas, para que possam redescobrir a beleza da fé em Jesus Cristo, que dá alegria e esperança à vida pessoal, familiar e comunitária.         

A fé deve tornar-se em nós chama de amor, chama que acende realmente o meu ser, e assim ilumina o caminho do encontro com o meu próximo. O homem atinge a sua maturidade amando a Deus e aos irmãos. Cada um de nós recebeu a fé por intermédio de outros, e a outros tem a obrigação de transmiti-la. Mas, sobretudo, é preciso fazer sempre que apareça o Amor de Nosso Senhor, para que cada um compreenda que cada ato de virtude, perfeitamente cristão, não tem outra origem senão o Amor.

 

+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul

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