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15/07/2023

Semeadores do Reino, numa Igreja em saída!

Cada palavra dita e cada ação feita, com fidelidade ao Evangelho, que resgate a pessoa da sua possível desumanização, ou que lhe restitua o sentido da sua própria dignidade humana, revela o anúncio da misericórdia de Deus

Foto de capa
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Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! A Igreja, Povo de Deus a caminho da casa do Pai, vive a sua missão numa contínua peregrinação, na realidade da humanidade, marcada por conflitos, que alimentam a guerra e ferem a vida, e a sede de paz daqueles que sofrem as consequências da guerra e não tem como se proteger.

Em muitas realidades, marcadas e feridas pela violência, por perseguições religiosas e ideológicas, vemos desabrochar a flor do martírio, marcada pelo testemunho da perseverança, da fidelidade, do silêncio, das prisões, de batizados, de consagrados, de homens e mulheres que se colocaram a serviço do Mestre Jesus, para servir os irmãos e irmãs feridos e fragilizados pelas injustiças provocadas pelos homens. Mesmo em meio a tantas provações e circunstâncias que ferem a liberdade religiosa e a dignidade da vida, a fé tem sustentado a caminhada das pessoas e das comunidades.

Os discípulos do Senhor agem no mundo, mas não para o mundo. Quando dizemos “sim” a Deus e assumimos uma vocação, devemos ter consciência de que é para a missão de evangelizar e cuidar das ovelhas do rebanho do Senhor. Deus nos conhece melhor do que nós mesmos, quando ele nos chama é porque sabe que nós somos capazes de cumprir a missão que vai nos confiar. Mas toda missão também tem seus espinhos, incompreensões e perseguições.

A vocação à vida, à salvação, ao ministério, não é fruto da improvisação, mas vem da eternidade de Deus. São Paulo, na carta aos Efésios (Ef 1), nos leva a entrar no mistério da eleição divina do homem, na bênção, na santidade, no amor, na graça, para o louvor da glória do Pai, no Cristo, sob o selo do Espírito Santo. A mãe Igreja tem o sacerdócio como uma vocação, cuja missão é estar a serviço do Reino, na Igreja, Povo de Deus. Mas o servir requer disponibilidade, obediência, desapego, tempo para estar à escuta de Deus e da sua palavra, e abertura de coração para amar, acolher e apresentar o Cristo Jesus às pessoas na realidade de hoje, que muitas vezes já não frequentam as nossas comunidades, mas estão famintas e sedentas por serem tocadas pela ternura e a misericórdia do Pai.

Jesus, o Filho de Deus, foi enviado pela Pai para anunciar o Reino. A missão da Igreja provém daquela de Cristo. É o Senhor Jesus o primeiro missionário, enviado pelo Pai para salvar o mundo. Mas Jesus chama também discípulos, para ajudá-lo na missão. O primeiro passo dos discípulos foi aceitar o convite do Mestre Jesus: “vem e segue-me”; o segundo, foi acreditar na missão para a qual foram chamados e preparados; o terceiro, foi o despojamento para o anúncio do Reino, confiando na Providência Divina, que se manifesta na caridade das pessoas que acolhem o Evangelho de Cristo Jesus.

Enviados em missão por Jesus, os discípulos pregaram a conversão, expulsaram demônios e curaram os doentes, dando continuidade às ações de Jesus e participando do seu poder. Neste contexto, a Igreja, Povo de Deus, continua a missão que recebeu do Senhor Jesus, através dos Apóstolos, e todo batizado, em nome do Senhor Jesus, deveria também agir de forma mais ampla em favor da dignidade e da humanização das pessoas. Cada palavra dita e cada ação feita, com fidelidade ao Evangelho, e por amor a Cristo, que resgate a pessoa da sua possível desumanização, ou que lhe restitua o sentido da sua própria dignidade humana, revela o anúncio da misericórdia de Deus.

 

+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul

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