A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) — fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS) — celebra os 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul levando um grande concerto para Farroupilha no dia 18 de outubro. A apresentação é intitulada Cervo, Koussevitzky, Respighi e Rossini, em homenagem aos compositores que serão interpretados pela orquestra. Convidada pela OSPA, a maestrina norte-americana comanda a apresentação, que também conta com o contrabaixista João Schimitz, vencedor do Concurso para Jovem Solista da Escola de Música da OSPA de 2024. O concerto acontece no Santuário Diocesano Nossa Senhora de Caravaggio, às 19h, e tem entrada franca.

O repertório inicia com a Abertura Brasil 2018, do compositor brasileiro Dimitri Cervo. A obra estreou com a Orquestra Sinfônica da Venezuela, regida pelo próprio Dimitri, em 2018. Com múltiplas inspirações, que vão de Bach ao Minimalismo, a peça tem início lento e chega a um fim apoteótico. 

A apresentação continua com Concerto para Contrabaixo e Orquestra em Fá sustenido menor, op.3, composto em 1902 pelo russo Serge Koussevitzky (1874-1951). A peça, que tem arranjos de Jair Maciel, traz os solos do contrabaixista João Schimitz, vencedor do Concurso para Jovem Solista da Escola de Música da OSPA de 2024. Ele descreve o Concerto como “visceral”, intercalando sensibilidade e ímpeto em seus movimentos: “Interpretar esta obra, para mim, é encarar um percurso de corpo inteiro. É música que demanda o máximo, mas também devolve tudo: em beleza, em profundidade e em potência emocional”, diz João, que estuda na Escola de Música da OSPA sob a orientação do contrabaixista Eder Kinappe.

Após o intervalo, a regente Rebecca Burkhardt segue com a OSPA interpretando obras de grandes compositores italianos. De Ottorino Respighi (1879-1936), a obra Gli Uccelli, P.154, traduzida como Os Pássaros, se divide em cinco movimentos, quatro deles com o nome de diferentes espécies de aves e inspirados em peças de compositores que precederam Respighi: o primeiro, Prelúdio, e o último, O cuco, se baseiam nas músicas de Bernardo Pasquini, enquanto A pomba foi composto sobre a música de Jacques de Gallot, e A galinha, sobre a de Jean-Philippe Rameau. O penúltimo movimento, O rouxinol, foi inspirado em um compositor inglês desconhecido do século XVII.

Encerrando a apresentação, a Abertura da ópera Guilherme Tell, parte da última ópera de Gioachino Rossini (1792-1868). Composta em 1829, a obra teve libreto escrito por Victor Joseph Etienne (1764-1846), baseado na peça de mesmo nome de Friedrich Schiller (1759-1805), escrita em 1804. “É uma história de opressão da Áustria sobre o povo suíço e a resistência deste”, diz Burkhardt sobre a música. Dividida em quatro partes, a Abertura evoca um cenário pastoral, seguido de uma tempestade, um chamado tradicional de pastor e uma convocação aos patriotas suíços, conta Rebecca.

A maestrina atuou como Diretora de Atividades Orquestrais e regente de ópera na Universidade do Norte de Iowa de 1988 a 2020 e ocupou duas vezes o cargo de presidente nacional da College Orchestra Directors Association, nos Estados Unidos. Compôs peças para coro, música de câmara, orquestra e teatro musical, além de atuar em montagens de apresentações operísticas e teatrais. Com a OSPA, apresentará no Santuário Diocesano Nossa Senhora de Caravaggio, um amplo e tradicional local de devoção da população católica gaúcha, ligado diretamente às tradições dos imigrantes italianos, que trouxeram da terra natal a fé em Nossa Senhora de Caravaggio.

FARROUPILHA
SÁBADO, 18 DE OUTUBRO DE 2025
Início do concerto: às 19h.
Onde: Santuário Diocesano Nossa Senhora de Caravaggio
(Av. Dom José Barea, 6050 – Caravaggio – 1º Distrito, Farroupilha/RS).
ENTRADA FRANCA
Este evento disponibiliza medidas de acessibilidade.
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 6 anos.
Apresentação: Orquestra Sinfônica de Porto Alegre
Solista: João Schimitz (contrabaixo)
Regente: Rebecca Burkhardt