Missas de Natal e Ano Novo no Santuário de Caravaggio
O Natal é a epifania, isto é, a manifestação de Deus e sua grande luz por meio de uma criança que nasceu para nós, num estábulo em Belém. Reitor - Padre Ricardo Fontana
Santuário de Caravaggio
24 de dezembro | Domingo | 06h30min, 08h, 10h, 11h, 14h, 15h, 16h, 17h e 20h
25 de dezembro | Segunda-feira | 06h30min, 08h, 10h,11h,14h, 15h, 16h e 17h - Missas do Natal do Senhor, no Santuário
31 de dezembro | Domingo | 06h30min, 08h, 10h,11h,14h, 15h, 16h e 17h - Missas da festa da Sagrada Família e Ação de graças, no Santuário
1º de janeiro | Segunda-feira | 09h, 10h30min, 15h, 16h e 17h - Missas da Solenidade da Mãe de Deus, no Santuário
ONDE JESUS NASCE?
Reitor - Padre Ricardo Fontana
Há 2023 anos Jesus nasceu no Campo dos Pastores, na cidade de Belém, Região da Judeia (Israel). Lá se encontram grutas belas e grandes onde os pastores abrigavam seus animais. Depois da Virgem Maria ser visitada em Nazaré, pelo anjo Gabriel e dar o seu consentimento a Deus, ela concebeu no seu seio o Verbo (Filho de Deus) que se fez carne, e assim concretizava-se a promessa do grande sinal descrito no Livro do Profeta Isaías 7,14: “eis que uma Virgem conceberá e dará a luz um filho, ele se chamará Emanuel, que significa, “Deus conosco”. José entra em crise, resolve abandonar sua noiva prometida em casamento, no silêncio. Mas, o mesmo Anjo lhe diz: “não temas receber Maria por tua esposa, o que foi gerado em Maria é obra do Espírito Santo” (Mt 1,21). Nove meses depois, obrigados ao recenseamento, saem de Nazaré até Belém. Não havendo lugar para eles na hospedaria, e tendo-se completado os dias para o parto, Jesus nasce entre os animais e é deposito no presépio (manjedoura) envolto em faixas.
Há 800 anos, em 1223, o Pobrezinho de Assis, dá início a tradição do presépio, com a intenção de representar a condição de pobreza e simplicidade com a qual Deus escolheu tornar-se pequeno, tornar-se criança, ser acolhida pelos homens. São Francisco de Assis, montou o primeiro presépio vivo em uma gruta na cidade de Greccio. Ele queria que as pessoas compreendessem melhor o nascimento de Jesus, com isso pediu para seu amigo Giovani preparar o local conforme ele tinha pedido. Francisco disse, então, a Giovanni: “desejo representar a memória daquele Menino que nasceu em Belém: ver o máximo possível com meus próprios olhos corporais o desconforto das necessidades de seu filho, como ele ficou em uma manjedoura, e como ele descansou no feno”. Neste praesepium, que significa “manjedoura”, as pessoas reunidas puderam entrar no mistério da Encarnação de uma forma totalmente nova.
Em 2019, Papa Francisco, escreve a carta apostólica Admirabile Signum, recordando a preciosidade do presépio: “Ao contemplarmos a cena do Natal, somos convidados a partir espiritualmente, atraídos pela humildade d’Aquele que se fez homem para conhecer todos os homens. E descobrimos que Ele nos ama tanto que se une a nós, para que também nós nos possamos unir a Ele. […] é verdadeiramente um exercício de imaginação criativa, usando os materiais mais díspares para criar pequenas obras-primas de beleza. Aprende-se quando criança: quando o pai e a mãe, juntamente com os avós, transmitem este hábito alegre, que encarna uma rica espiritualidade popular”. O Papa acrescenta: “pode ajudar a se preparar para o Natal, pois representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o Mistério da encarnação do Filho de Deus”.
Para atualizar o Natal de 2023, o Santuário de Caravaggio, em Farroupilha, elaborou o presépio na entrada principal em meio a ruínas. A partir das realidades doloridas das mudanças climáticas ocorridas no Brasil e outros países; a partir das ruínas das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza e outros lugares; a partir dos corações fragmentados pelo pecado e pelas fragilidades humana só há um lugar para reconstrução: em Cristo. Sim! Jesus nasce no meio dessas ruínas e tudo pode ser reconstruído por Ele, com Ele e Nele. Essa é mensagem dos jovens de Caravaggio para quem contemplar e interagir num profundo silêncio de quem percebe a vida encarnada e manifestada nestes escombros da natureza e da humanidade.
O Natal é a epifania, isto é, a manifestação de Deus e sua grande luz por meio de uma criança que nasceu para nós, num estábulo em Belém. Isso deve ter consequências práticas em nossas vidas, tanto no encontro com o Deus próximo de nós como também da simplicidade e pobreza a que somos convidados a viver.