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26/03/2023

Discernimento

Padre Ricardo Fontana - Reitor do Santuário de Caravaggio

Foto de capa
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Segundo o Papa Francisco, discernir é um ato importante que se refere a todos, pois as escolhas constituem uma parte essencial da vida. Escolhe-se um percurso de estudos, um emprego, uma relação. Em tudo isto realiza-se um projeto de vida, e, assim,  se concretiza a nossa relação com Deus.   Jesus fala sobre o discernimento através dos fatos da vida; exemplos:  descreve os pescadores que selecionam os peixes bons e descartam os maus; ou o comerciante que sabe identificar, entre muitas pérolas, a de maior valor. Ou aquele que, lavrando um campo, se depara com algo que se revela um tesouro (cf. Mt 13, 44-48).  O Papa acrescenta: "À luz destes exemplos, o discernimento se apresenta como um exercício de inteligência, de perícia e inclusive de vontade, para reconhecer o momento favorável: são estas as condições para fazer uma boa escolha".

As decisões fazem parte da vida. Ninguém vai tomar decisões por nós. Somos adultos, temos liberdade. Posso pedir um conselho, pensar, mas a decisão é minha. Não se pode responsabilizar outra pessoa por sua decisão.  No momento de decidir entra o discernimento. Uma decisão boa é o encontro entre a vontade de Deus com a nossa vontade. Tomar a decisão justa, depois de fazer o caminho de discernimento, é fazer esse encontro: o tempo com o eterno". Elementos do Discernimento: 1º Elemento:  A Familiaridade com o Senhor é estar em estado de oração. A oração ajuda discernir espiritualmente, permite ter acesso a Deus com simplicidade e familiaridade, como um amigo. O segredo da vida dos santos é a familiaridade e a confidência com Deus, que cresce neles e torna cada vez mais fácil reconhecer o que Lhe agrada. 2º Elemento:  conhecimento de si mesmo: o discernimento envolve as nossas faculdades humanas: a memória, o intelecto, a vontade, os afetos. Não sabemos discernir porque não nos conhecemos suficientemente, e assim não sabemos o que realmente queremos. Ouvistes muitas vezes: Mas aquela pessoa, por que não se ocupa da sua vida?  Também a nós acontece de não sabermos bem o que queremos, não nos conhecemos bem.  A oração e o conhecimento de nós mesmos permitem crescer na liberdade, são elementos preciosos para encontrar o próprio lugar na vida. 3º Elemento: O Desejo: É a bússola que indica se estou a caminhar ou parado. E como é possível reconhecê-lo? Pensemos, um desejo sincero sabe tocar profundamente as cordas do nosso ser, e por isso não se extingue perante as dificuldades ou contratempos. É como quando estamos com sede: se não encontramos algo para beber, não renunciamos; pelo contrário, a busca ocupa cada vez mais os nossos pensamentos e ações, até nos dispormos a fazer qualquer sacrifício para a poder saciar, quase obcecados. Obstáculos e fracassos não sufocam o desejo, não; pelo contrário, tornam-no ainda mais vivo em nós. 4º Elemento: O livro da própria vida: A nossa vida é o “livro” mais precioso que nos foi confiado, um livro que muitos infelizmente não leem, ou que o fazem demasiado tarde, antes de morrer, é precisamente nesse livro que se encontra aquilo que se procura inutilmente por outros caminhos. Habituar-se a reler a própria vida permite ver os pequenos milagres que Deus realiza para nós todos os dias. O discernimento é sobretudo um dom de Deus, que deve ser sempre pedido. Senhor, concedei-me a graça de discernir nos momentos da vida, o que devo fazer, o que devo compreender. A voz do Senhor pacífica, encoraja nas dificuldades. “Não temas” (Lc 1,30). Portanto, antes de emitir um juízo ou antes de tirar uma conclusão de um fato peça a Deus o dom da Inteligência e ou também chamado de DISCERNIMENTO!

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