Celebração dos fiéis defuntos no Santuário de Caravaggio
Desde os tempos mais antigos, a Igreja celebra os mortos, as pessoas que partiram deste mundo, chamado do dia de finados. É o dia de solidariedade pelas pessoas caras em nosso meio e que elas não estão mais em nossa realidade. Estão junto de Deus.
Confira a programação das Missas de Finados (02/11) no Santuário de Caravaggio, agora a tarde:
Missas: 14h, 15h, 16h e 17h.
Finados: Ele Vive!
Reitor - Padre Ricardo Fontana
Dois de novembro a menor das virtudes teologais, esperança, falará mais forte, pois é o dia em que a lembrança dos ausentes se torna mais presente. Dia de recordar bons momentos, ter saudades, chorar pela ausência e prestar homenagem à memória de pessoas que foram exemplos de trabalho, oração, amor e dedicação em algum momento da nossa vida, que fizeram a diferença em nosso crescimento pessoal, profissional e espiritual. Diante da ausência deste ente querido aprendemos a caminhar sem sua companhia, com o tempo a saudade e a dor dão lugar a lembranças vividas com eles: provações, vitórias, alegrias, tristezas, mas a vida segue o seu rumo revelando que pode ser bonita, oferecendo momentos de alegrias, realizações, partilha com as pessoas que permanecem conosco nesta caminhada, sendo motivos de graças e bençãos de Deus em nossa vida, o qual devemos ter gratidão por este dom partilhado em comunidade: A VIDA, O AMOR DE DEUS que traz “esperança” de dias melhores e que um dia acontecerá o reencontro com as pessoas que partiram antes de nós.
"A esperança cristã é uma âncora. Sei que meu Redentor está vivo e eu O verei. Esta certeza é um dom de Deus, devemos pedi-la e jamais a merecemos. É graça", disse o Papa Francisco ao presidir à missa no Dia de Finados de 2020. “Temos essa esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-se sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. (Hebreus 6,19-20). A imagem do Jesus ressuscitado nos ajuda a contemplar o mistério da ressurreição dos mortos, onde o Cristo ressuscitado surge com um corpo glorificado e luminoso.
Ele escapa das leis do mundo: da gravidade, da corrupção e da morte. Ele está suspenso no espaço, vencedor da morte, Ele é transparência, abertura e comunhão. “Que a esperança da ressurreição nos anime, pois os que perdemos neste mundo tornaremos a vê-los no outro; basta para isso crermos no Senhor com verdadeira fé, obedecendo aos seus mandamentos ... Basta-nos, porém, a esperança da ressurreição e termos os olhos fixos na glória de nosso Redentor. Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele” (Rm 6,8). A Virgem Maria, a Mãe do Deus Vivo, é um exemplo fidedigno de que acreditou na vitória de Jesus, seu filho, sobre a morte, com os olhos fixos, no silêncio da sua oração guardava muitas promessas de Deus em seu coração. Apenas cumpria a vontade de Deus em sua vida, na discrição, na obediência, acompanhando cada passo do seu filho até o fim, até a sua assunção ao céu de corpo e alma, não esquecendo de rezar pela memória do seu querido companheiro de caminhada, São José, que teve a graça de ter sua partida assistida por Jesus e Maria. “A vida na esperança é viver assim: agarrados, com a corda nas mãos, sabendo que a âncora está lá embaixo. E esta âncora não desilude.” Diz o prefácio da missa de finados: “aos que a certeza da morte entristece, a promessa da ressurreição consola. Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada, e, desfeito nosso corpo na terra, nos é dado no céu um corpo glorioso”.
O Papa recomenda a ir ao cemitério, pelo menos uma vez ao ano, a olhar para os túmulos dos entes queridos e repetir as palavras de Jó: "Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó. Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão". E, esta é a força que nos dá a esperança, este dom gratuito que é a virtude da esperança. Que o Senhor a conceda a todos nós. Para alcançá-la requer perseverança. Somos apenas peregrinos nesta vida, estamos de passagem e que a verdadeira felicidade está no momento que encontrarmos o Cristo Ressuscitado, e com ele viveremos a Vida Eterna. Junto a cruz, está a Mãe de Jesus e junto a nossa cruz de cada dia, Ela caminha ao nosso lado e com seu manto enxuga nossas lágrimas e nos consola em nossas aflições.