Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! O Mês Missionário e do Rosário nos convida a olhar para a nossa missão de cristãos no mundo, tendo presente o mandato que o Senhor Jesus confiou aos Apóstolos (cf. Mt 28,18-20). E queremos assumir a nossa missão com a disponibilidade de Maria de Nazaré, mãe, discípula e fiel servidora do seu filho Jesus.

A Igreja Católica está celebrando a Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos. O Sínodo é sobretudo um evento de oração e de escuta, que não envolve apenas os membros da Assembleia Sinodal, mas cada batizado. E, através da oração, queremos viver uma profunda comunhão com os participantes do Sínodo. Por isso, faz bem recordarmos as palavras do Papa Francisco: “Sem oração não haverá Sínodo”. Deixemos que o sopro iluminador e renovador do Espírito Santo chegue até o nosso coração e reavive a chama da oração e da missão, na nossa caminhada de povo de Deus a caminho da casa do Pai.

Creio que muitos irmãos e irmãs trazem no coração a recordação daquelas palavras simples e sábias, recebidas de seus pais e de seus avós, que marcaram não só o crescimento físico, mas também a vida espiritual, no ambiente familiar e na comunidade. Quando, na fragilidade da tenra idade, tinham a oportunidade de acompanharem a família nas romarias, sendo sustentados no trajeto, pelas mãos das mães, e ali diante da imagem da Santíssima Virgem Maria, sem terem presente o cansaço e o sacrifício do caminho percorrido, sentiam-se acolhidos pelo amor e pela ternura maternal da mãe de Jesus.

Os romeiros de ontem e de hoje simbolizam aqueles que estão em busca da pátria celeste. Quando chegam nos santuários, mesmo cansados, abrem o coração e erguem as mãos para expressarem gratidão pelas graças alcançadas. Mas também no silêncio, movidos pela fé, entreabrem os lábios para fazer uma prece e um pedido, que somente os ouvidos e a sensibilidade de uma mãe cheia de ternura e de amor podem compreender, e por eles interceder. Maria é a mãe que acolhe sem distinção o que cada filho ou filha carrega no seu coração, muitas vezes ferido, cheio de dor, pela falta de amor e de esperança. De esperança de ter saúde, de ter paz, na vida e na família. Esperança de ter a vida respeitada na sua dignidade e integridade. Revigorados por este amor materno, que expressa compaixão e proximidade na realidade da vida, os romeiros encontravam forças, para retomarem a peregrinação da vida, fortalecidos pela fé e a esperança no Senhor Jesus, sob o olhar materno da sua mãe, a Santíssima Virgem Maria.

 

+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul