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29/03/2023

Benfeitores do Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio são homenageados

Após a missa, em um momento de convivência fraterna, os Benfeitores que colaboraram com os vitrais, assim como as autoridades, receberam o Troféu com as características contidas nas artes dos vitrais do Santuário de Caravaggio.

Foto de capa
Foto de capa

O Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Caravaggio em emocionante celebração, presidida pelo bispo diocesano dom José Gislon, neste sábado, 25 de março, Festa da Anunciação à Maria, apresentou a finalização dos vitrais, no ano em que o novo templo completou sessenta anos. O reitor do Santuário de Caravaggio, padre Ricardo Fontana, no início da Santa Missa, acolheu a assembleia apresentando o trabalho dos vitrais e agradecendo às autoridades civis e militares, também aos Benfeitores que colaboraram com a ação, dos quais muitos anônimos. No final da celebração os significados teológicos foram explicados pelos padres Jocimar Romio e Renan Dallagnol.

Após a missa, em um momento de convivência fraterna, os Benfeitores que colaboraram com os vitrais, assim como as autoridades, receberam o Troféu com as características contidas nas artes dos vitrais do Santuário de Caravaggio. Usaram da palavra: Dom José Gislon Bispo da Diocese de Caxias do Sul, Guilherme Pasin deputado estadual, o empresário Clóvis Tramontina, o colaborador do Caminhos de Caravaggio Gilberto Galafassi, o arquiteto e artista responsável pela obra Cristiano Fabris e o reitor do santuário, padre Ricardo Fontana.

 

 

Exórdio teológico acerca dos vitrais 
 
Em breves acenos, agora, objetiva-se descrever alguns acentos teológicos presentes na arte sacra desses vitrais do santuário diocesano de N. Sra. de Caravaggio. Deus é o criador de todas as coisas – visíveis e invisíveis, terrestres e celestes. Dentre as criaturas invisíveis, encontram-se os anjos. E na mais alta ordem celestial, os serafins, aqui retratados, nos vitrais, com seis (6) asas respectivamente: 2 para cobrir o rosto, 2 para cobrir os pés e 2 para voar. Por estarem mais próximos ao mistério divino, são retratados sob forma não humana. Por estarem diante do mistério, reverenciam-no e manifestam a beleza insondável de Deus, que reveste Maria, cuja qual é representada pelo monograma latino (AM – Ave Maria), no vitral principal.
 
Além disso, no vitral principal à vossa esquerda, retrata-se os milagres (sinais) da aparição em Caravaggio: água que brotou copiosamente; as pegadas marianas; e o ramo seco que verdejou e floriu. Nesse sentido, estamos representados nas mãos postas em oração, suplicantes, nesse vitral principal à vossa direita. São mãos orantes que suplicam a intercessão de Nossa senhora, que roga por nós e por aqueles devotos que a ela recorrem. A história da salvação é-nos retratada, nesses vitrais, por meio de profundas perícopes bíblicas. Deus vem ao encontro da humanidade e traz o vinho novo da alegria, da justiça, da paz e da misericórdia. Sua Aliança, no Crucificado, jorra sobre sua Igreja, aqui representada pelo seu modelo – a Madona de Caravaggio, o ícone do novo ser humano, lavado pela fonte copiosa e misericordiosa. Não somente Deus entrega-nos Maria por sua mãe, como, sobretudo, Cristo se confia a nós.
 
É o cálice eterno e definitivo que perpassa as linhas desses vitrais. As linhas desenhadas de sangue e água estão presentes em cada um dos mesmos. É Cristo, é sua vida derramada copiosamente. Essa vida eterna é fonte viva e copiosa! De seu peito aberto provém o alimento dos cristãos, conforme vê-se nesse vitral, à vossa direita, onde está a ave pelicano dando o próprio sangue como alimento aos filhotes. Por meio dessa metáfora, se compreende que Cristo tira de si próprio, de seu peito, o alimento eterno. Por exemplo, os sacramentos da Igreja provém da cruz, de seu peito aberto pela lança. Aquele que está despojado de tudo, dá tudo de si para nos erguer. Cristo é o verdadeiro salvador.
 
Por isso, o símbolo do “peixe” – Ichthus. Ele está retratado, sobre a porta desse santuário, à vossa esquerda, por meio do tetragrama e do sinal do peixe. Do antigo grego koiné, as letras iniciais de ἰχθύς, ilustradas em maiúsculo, [ΙΧΘΥΣ] significam “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”]. Ou seja, trata-se de um acrônimo, utilizado pelos cristãos primitivos, da expressão “Iēsous Christos Theou hyios Sōtēr” – Ἰησοῦς Χριστός, Θεοῦ ͑Υιός, Σωτήρ. O Tetragrama, aquela forma circular com vários traços sobrepostos, nessa mesma entrada impregna-se dessas iniciais. Em suma, Ele é o Cordeiro Pascal – o ressuscitado, em pé, desenhado na porta principal desse santuário.
 
É Ele o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, como nós repetimos em cada missa. Portanto, Cristo é a Porta por onde as ovelhas – todos nós fiéis discípulos do Senhor – precisamos passar e vivermos a Páscoa – cujo significado é, também, “passagem”, “travessia”. Em Cristo, morremos e ressurgimos, e nele se encontra o fundamento/ o rochedo sobre o qual cada “pedra vida” recebe o sustento e vive em comunhão com Deus. Nessa fé e esperança, vive-se a Vinda do salvador e se aguarda a ressurreição, esta já vislumbrada em Maria, a aurora da Igreja. Graças aos méritos de Cristo, em Nossa Senhora, consumou-se a criação. Por isso, ela é exaltada e venerada. Fonte da nossa alegria, rogai por todos nós, devotos, e por vós, benfeitores desse santuário!

 

Fotos: Felipe Padilha / Leandro Ávila

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